Música Popular Brasileira
Feira Literária desperta criatividade dos alunos
Quando pensou a Feira Literária, a proposta da professora Maria da Graça dos Santos era despertar o interesse dos alunos pela cultura e literatura, além de apresentar a produção dos estudantes à comunidade. Mas os resultados do empreendimento superaram o esperado. O projeto foi uma oportunidade de conhecer mais a cultura brasileira, descobrir novas realidades e histórias e transformar o modo de perceber o mundo.
Desenvolvido com estudantes do Ensino Médio, o tema da feira esse ano, a segunda edição, foi Compositores da Música Popular Brasileira. Segundo a professora de Língua Portuguesa Kátia Helena, a abordagem para o começo dos trabalhos já foi considerada uma superação, quando educadores e educandos se engajaram na atividade: “Ao apresentarmos o tema nosso desafio foi quebrar o preconceito em relação a autores e obras do passado. Com o conhecimento das músicas e do conteúdo das letras essa dificuldade foi deixada para trás”, conta a docente. Os estudantes escolheram autores de todas as gerações e tipos, desde Lamartine Babo e Caetano Veloso até as bandas dos anos 1980. As tarefas com o tema foram desenvolvidas ao longo do ano letivo.
Os jovens se dividiram em equipes com a função de pesquisar a biografia, obra, momento histórico e social em que se inserem os artistas, ritmo, análise das letras, influências que receberam e exerceram sobre a sociedade. Essa fase do projeto foi bastante produtiva, segundo Kátia, porque desenvolve a curiosidade natural dos jovens: “Eles ficaram tão motivados com as pesquisas que a feira entrou para o calendário escolar”.
Na sequência os alunos partiram para a criação dos trabalhos em sala de aula, painéis, apresentação de bandas, poesias, danças e dramatizações. Cada grupo teve liberdade para manifestar sua visão do artista. Para Maria da Graça a criatividade foi o que mais se destacou no projeto. “Eles precisavam dessa oportunidade para conhecer realidades diferentes, criar e recriar. A feira literária fez com que nossos alunos se interessassem em conhecer os compositores atuais e os de outras épocas, o que permitiu descobrir muitos talentos adormecidos”.
Na culminância a escola era o cenário de um centro cultural, e cada turma dividiu com os visitantes um pouco do que descobriu nas pesquisas: imagens que remetiam aos músicos, além de vários vídeos. Alguns alunos interpretaram o próprio artista e levaram o expectador a conhecer sua trajetória através dos estandes. As apresentações de dança, com as caracterizações, indumentárias, figurino e performances foram baseadas nas ideias dos próprios alunos inspirados no material encontrado. Segundo Graça, o trabalho mobilizou o máximo de pessoas da comunidade escolar, e houve momentos marcantes, como a emoção de muitos pais e mães que se embalaram com os regates que os jovens realizaram das décadas de 1980 e 90.
A iniciativa mexeu com a rotina e transformou a escola em um ambiente mais alegre e solidário. Kátia Helena ressalta que a variedade e riqueza de estilos sensibilizaram os alunos e permitiram que ele valorizasse a cultura popular brasileira, além de desenvolver seu potencial de criação: “A feira surgiu da necessidade de apresentar os trabalhos desenvolvidos durante o ano em Língua Portuguesa. Foi gratificante ver os estudantes falando sobre aquilo que aprenderam em conjunto. A experiência foi muito bem-sucedida porque eles se organizaram, as ideias surpreenderam e a cultura que adquiriram passou a fazer parte da formação como cidadãos”.
O aluno Raphael Rosa confirma a importância que o trabalho teve na vida da garotada, que relacionou a música ao contexto histórico do país: “Cada turma falou sobre um cantor ou banda de diferentes gerações; pude perceber o valor que a música brasileira tem e a sua influência na cultura e no passado do nosso povo. A aceitação foi grande entre todos os participantes, e foi muito bom trabalhar com assuntos do nosso dia a dia”.
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