Gigante das Corridas por ruas de história na Zona Portuária

Um conjunto arquitetônico de rara beleza e transformação cultural


Zona Portuária

Porto Maravilha… É por onde passará a próxima etapa da corrida mais charmosa do Rio, o Circuito Rio Antigo, no próximo dia 08/12. Mais que um espaço cultural, a valorização do patrimônio histórico é um capítulo à parte da narrativa brasileira.

Revitalizado há pouco menos de uma década, o projeto da Zona Portuária nasceu para mostrar que a Cidade Maravilhosa é muito mais do que o roteiro de belas praias e lindos cartões-postais. Basta um passeio pelas ruas para conferir e apreciar a riqueza desse conjunto arquitetônico.

 

Mas nem sempre foi assim…

A primeira reforma do Porto do Rio surgiu de uma proposta idealizada pelo Presidente Rodrigues Alves e executada pelo prefeito Pereira Passos. A ideia se deu pelo grande número de epidemias que assolavam a cidade e que a fez ficar conhecida como a “cidade da morte”. O próprio Rodrigues Alves havia perdido uma filha, vítima da febre amarela. A proposta das reformas era modernizar o porto para os novos navios, embelezar a cidade e erradicar doenças como varíola, peste bubônica e febre amarela.

A modernização do porto e das vias ficou a cargo do catarinense Lauro Muller, ministro de transportes da época. O embelezamento da cidade esteve sob a responsabilidade do prefeito Pereira Passos, que desejou transformá-la na “Paris dos Trópicos”. Já a erradicação das doenças, ficou destinada ao jovem sanitarista Oswaldo Cruz. A árdua função chegou a provocar a Revolta da Vacina, em 1904, uma reação popular contra a lei da vacinação obrigatória.

Mais tarde, já nos anos 2000, uma nova reforma transformou a região. Com o objetivo de prepará-la para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016, a revitalização da Região Portuária do Rio de Janeiro trouxe cultura, lazer e transportes para a população local.

 

Praça Mauá

A Praça Mauá marca o início da Avenida Rio Branco e do Porto do Rio. Foi construída devido à necessidade de um novo cais mais estruturado a fim de receber embarcações em virtude do crescimento das atividades comerciais na cidade no início do século XX. Antes a região era uma enseada aos pés do Morro de São Bento, conhecida como Prainha de São Bento.

Após os aterramentos, em 1910, nasceu a praça que simboliza uma homenagem a Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, industrial pioneiro no Brasil que teve importante papel político e econômico no Rio de Janeiro.

Barão de Mauá foi um dos homens mais ricos do mundo, tendo negócios em 6 países diferentes, investindo em ferrovias, na indústria naval, na iluminação pública a gás, nas comunicações através dos telégrafos e por ter reaberto o Banco do Brasil. Também recebeu o título de Visconde quando estendeu os cabos dos telégrafos submarinos de Pernambuco para Portugal. Mas esse empreendimento custou toda a sua fortuna, o levando à falência. Mauá faleceu um mês antes da proclamação da república, em novembro de 1889.

Como símbolo da homenagem, foi erguido, no centro da praça, uma escultura do Barão, feita pelo artista Rodolfo Bernardelli, professor da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Zona Portuária

No entorno da praça também há importantes construções, que podem ser apreciadas durante todo o percurso da corrida, como o Cais do Valongo, o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanhã. Mas isso fica para o próximo blog…

 

Gostou? Conheça mais sobre a série “Por ruas de História”


Por Antônia Lúcia e Luiza Morato
Pesquisa
: Priscila Monteiro, historiadora e empreendedora
Parceria: HCTUR – História, Cultura e Turismo


Podemos ajudar?