Caldeirão Cultural
AppaiJunte música, poesia e dança à linguagem e adicione exposição de trabalhos, vestimentas, costumes e comidas. Misture tudo e está pronto um verdadeiro caldeirão efervescente, que foi servido pelos alunos do Ciep 244 Oswaldo Aranha, em Magalhães Bastos, à comunidade escolar, que vivenciou diferentes manifestações culturais.
As atividades, coordenadas pelos animadores Valmir Chuva e Fátima Tavares, foram realizadas no pátio e no auditório da escola e envolveram todo o corpo docente. A professora de Filosofia Fernanda Alves trabalhou com quatro turmas do Ensino Médio a encenação da peça “No osso da fala dos loucos tem lírios”, que envolveu poesia, música e expressão corporal, cujo argumento central foi abordar as relações de poder e valores como a moral e a ética. “Eu fiz uma readaptação de um texto de minha autoria com poesias de Manoel de Barros e Fernando Pessoa”, explicou. A primeira questão foi discutir junto com o elenco a moral, a ética e a política, temas inseridos no conteúdo das turmas do 3º ano. A aluna Thayuane Fonseca participou da dramatização no papel de Apolinária e revelou estar empolgada com o projeto. “A escola tem de promover atividades como essa, que despertem o interesse e o envolvimento dos alunos, além de abrir espaço para que as pessoas de fora possam participar e aprender um pouco com os trabalhos apresentados”, afirma. Ela aproveitou a experiência em teatro para ajudar os colegas a incorporar os personagens.
O professor de Educação Física Glauco Salatino desenvolveu um trabalho envolvendo coordenação motora, arte e movimento para destacar hábitos que interferem na saúde. “Fizemos os alunos verem que tudo isso está diretamente ligado à qualidade de vida. O projeto foi feito com alunos das turmas de EJA, que trabalham o dia inteiro e estudam à noite. Eles aprenderam atitudes simples, mas que poderão mudar suas vidas”, diz. Em outro projeto, os alunos montaram um mural eletrônico, que despertou o interesse dos visitantes. “O resultado foi muito bom, pois uniu tecnologia e interatividade, mas o mais importante foi estimular os jovens a estudar com afinco para que o projeto fosse concretizado”, completa o professor.
Outra atração do caldeirão foi a apresentação de um coral formado por alunos dos ensinos Fundamental e Médio. O grupo vocal brindou o público com um mix que misturou o baião de Luiz Gonzaga com outros ritmos que marcaram as décadas de 1980, 90 e 2000. A música também se fez presente na apresentação de um grupo de percussão que interpretou canções de Tim Maia. Já a professora de Língua Portuguesa Elisa Gomes da Cunha desenvolveu um trabalho com turmas do 7º ano a partir de um texto sobre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, importante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial. “A proposta inicial foi provocar uma reflexão sobre esse artista que, mesmo com dificuldades físicas, conseguiu criar todas aquelas obras. A partir do texto, começamos a traçar uma analogia com os obstáculos que cada aluno encontra em suas vidas, fazendo-os ver que tudo pode ser superado. Na etapa seguinte, os estudantes fizeram releituras, com biscuit, das obras do artista. Depois, foi a vez de abordar a linguagem e o modo de falar característicos do povo mineiro. Com o professor de Matemática, eles trabalharam as questões de medida e proporção, quando se fez uma receita e as formas geométricas da bandeira de Minas Gerais. Em Ciências, foram abordados o clima e a vegetação do cerrado, além dos animais ameaçados de extinção no norte do Estado.
O professor de História, Maurivan do Nascimento Andrade, provocou nos alunos um fervilhar de ideias quando propôs a abordagem da cultura através do futebol. Os jovens fizeram levantamentos históricos dos clubes cariocas, incluindo os do subúrbio como Bangu, Madureira e América. Na área de Física, os estudantes do Ensino Médio apresentaram experimentos que envolveram conceitos de elétrica, eletrônica e gravidade. A diretora adjunta Helenice Barbosa dos Santos acompanhou todas as etapas de elaboração do projeto e faz uma avaliação: “A nossa proposta foi despertar o interesse dos alunos e estimulá-los a ficar mais tempo na escola de forma prazerosa, confeccionando, criando, executando, ensaiando, interagindo entre eles próprios, com os professores e a direção”. Carlos Alberto Mendes dos Santos, diretor-geral, concorda e acrescenta: “Quando esboçamos o projeto, a ideia era balançar a escola e isso foi alcançado. O aluno se envolve quando o professor apresenta algo significativo, que o faz ter interesse em aprender e não mais esquecer”.
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