Amarelo é mais que uma cor

Projeto promove ações educativas interdisciplinares para destacar a importância de abordar a saúde mental nas escolas


Durante o mês de setembro, campanhas em todo o Brasil se voltam para a conscientização e prevenção do suicídio, uma iniciativa conhecida como Setembro Amarelo. Entretanto, a urgência do tema nos leva a entender que em todos os meses, dias e anos, são necessários alertas, sobretudo nas escolas, com o objetivo de promover o bem-estar e criar um ambiente de apoio e acolhimento entre os estudantes. Isso porque, de acordo com dados de pesquisas, o Brasil enfrenta um dos momentos mais sensíveis, principalmente no que diz respeito ao alto número de suicídios entre jovens brasileiros entre 15 e 29 anos, sendo esta considerada a quarta maior causa de morte. Ainda segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente um milhão de pessoas dão fim à própria vida ao redor do mundo todos os anos.

A fim de trazer luz a esse tema sensível, mas de suma relevância, a equipe pedagógica do Colégio Estadual Nova Alvorada, sob a orientação das professoras Elza Fuly e Daniella Vailant desenvolveram o projeto Setembro Amarelo – pela valorização da vida, com os estudantes do Ensino Médio, durante o segundo e o terceiro bimestres do ano letivo, a fim de que no mês da campanha as ações educativas de forma interdisciplinar fossem desenvolvidas, juntamente com os demais professores, que refletiam sobre a proposta.

 

Tratar de forma aberta e educativa

Educadores e especialistas na área destacam a relevância de tratar o assunto de forma aberta e educativa, desmistificando tabus e construindo um espaço seguro onde crianças e adolescentes se sintam ouvidos e acolhidos. “Diante deste cenário atual e dos dados alarmantes, é necessário que abordemos o tema ‘saúde mental’ ainda nos primeiros anos de escolarização de maneira descomplicada, mostrando a importância de respeitar as próprias diferenças e entender os próprios sentimentos”, pontua a professora Elza Fuly.

De acordo com a também idealizadora do projeto Daniella Vailant, a atividade objetivou contemplar ações de combate à depressão e ao suicídio, produzir uma reflexão sobre a importância da saúde mental e desenvolver habilidades socioemocionais mais efetivas, por meio de atividades que favorecessem o alunado, no sentido de entenderem a si próprios e aos outros sem julgamento, dando espaço ao acolhimento. “E para tanto, é necessário que todos os envolvidos estejam atentos ao desenvolvimento das questões socioemocionais. A escola deve fomentar essas competências por meio do aperfeiçoamento das inteligências emocionais, portanto é necessário que estimulemos a descoberta desta dimensão por meio do comportamento e da interação com o outro”, destaca Daniella.

 

Prevenir e identificar os sinais

 

As atividades práticas realizadas entre os alunos buscaram também conscientizar a comunidade escolar e os familiares sobre a importância de identificar sinais de sofrimento emocional entre os jovens e aparentados. Para complementar as ações, os estudantes produziram cartazes nos quais continham mensagens de apoio e solidariedade, gráficos com dados estatísticos, mitos e verdades sobre o tema e as principais causas de suicídio com ênfase no bullying, além das informações sobre órgãos responsáveis por atendimentos, dentre outros.

Segundo a professora Elza Fuly, os materiais confeccionados foram afixados no pátio da escola e todo o conteúdo explorado, bem como a história e a importância da campanha, foram explicados pelos próprios alunos, além de apresentações de músicas e poemas alusivos ao tema.

O projeto contou, também, com a participação voluntária de uma formanda do curso de Psicologia, Bruna Thimóteo, que pontuou questões muito relevantes sobre o tema e propôs aos ouvintes refletirem sobre a importância do acolhimento para a saúde mental.

O diretor-geral da instituição, Daniel Gradim, acredita que nos dias atuais em que predominam as doenças que afetam a mente, nossos jovens acabam, de forma inevitável, sendo as principais vítimas. “Assim, trabalhos de sensibilização como este, feitos com tanto amor, carinho e empatia, são de suma importância para que possamos mostrar a eles que não estão sós”, frisa. Partilhando da mesma visão, a diretora adjunta Michele Z. Santos destaca que as ações da campanha Setembro Amarelo são essenciais. “Na verdade, esse projeto enfatiza o sentimento de solidariedade com o próximo para que os alunos mais fragilizados se sintam acolhidos e encorajados a pedir ajuda”.

Após a culminância do projeto, foi unanime entre a equipe pedagógica a afirmação de que, além das ações nas escolas, é necessário que as famílias e a sociedade como um todo se engajem na promoção de um ambiente acolhedor. Segundo os professores envolvidos, a integração de todos os setores no apoio à saúde mental dos jovens é vital para que eles se sintam amparados e saibam que não estão sozinhos em seus desafios emocionais. É o que atesta a aluna Jhayanne Sevolela, do 3º ano do Ensino Médio, ao afirmar que “a depressão e o suicídio são problemas reais presentes em todas as classes sociais”.

Neste contexto crescente de preocupação com a saúde mental, ações e campanhas se tornam imprescindíveis, pois representam um esforço conjunto de toda a sociedade na redução dos números alarmantes de casos relacionados a esse problema e no crescimento das redes de apoio à vida e ao bem-estar.


Por Antônia Figueiredo

Colégio Estadual Nova Alvorada
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CEP: 26150-000
Tel.: (21) 2761-9109
Diretor-geral: Daniel Gradim
Diretora Adjunta: Michele Z. dos Santos
Coordenadora Pedagógica: Luciana Gentil
Orientadora Educacional: Elza Fuly


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