Vamos falar sobre pronomes oblíquos? (Parte I)
Por Sandro Gomes*
Os pronomes pessoais oblíquos são aqueles que desempenham em uma oração a função de complemento verbal, ou seja, objetos direto ou indireto. Dizemos que são átonos quando não aparecem precedidos de preposição. Observe as três orações seguintes:
Amigo, quem te avisou sobre o fato? / Disseram-te isso? / Informar-te-iam, se quisessem.
Nesses três casos encontramos o pronome oblíquo te em três locais diferentes. Primeiro antecedendo o verbo, depois sucedendo-o e em seguida aparecendo no meio da construção verbal.
Essas três formas são chamadas respectivamente de próclise, mesóclise e ênclise. Vamos conhecê-las mais de perto? Nessa edição vamos abordar o primeiro desses três casos, já que seu uso aparece em um número bastante grande de situações.
Próclise
Ocorre quando o pronome aparece antes do verbo. É usada mais comumente nos seguintes casos:
– em palavras ou expressões de valor negativo:
Ninguém lhe dá oportunidade.
– Se houver advérbio ou pronome indefinido (e não houver pausa):
Tudo aqui me chateia.
Obs.: se houver pausa o pronome vem depois do verbo. Exemplo:
Aqui, chateio-me sempre.
– em orações que comecem por pronomes ou advérbios interrogativos:
Por que me falaram tudo aquilo?
– em orações iniciadas por palavras exclamativas ou que exprimam desejo:
Como te esperei!
Que os deuses o protejam!
– aparece também em conjunções subordinativas:
Ficarei com a roupa se me couberem.
– em uso de gerúndio quando precedido de preposição:
Em se tratando dela, acredito.
– em palavras como “só”, “somente”, “apenas” e em casos de conjunções alternativas:
Apenas se esqueceu do documento.
Ora o elogia, ora o maltrata.
– em orações introduzidas por pronome relativo:
Eis o ponto no qual o encontrei.
Amigos, sobre a próclise esse isso. Na próxima edição vamos prosseguir com esse assunto trazendo os outros dois casos envolvendo pronomes oblíquos. Até a próxima, pessoal!
*Sandro Gomes é graduado em Língua Portuguesa, Literaturas brasileira, portuguesa e africanas de língua portuguesa, redator e revisor da Revista Appai Educar, escritor e Mestre em Literatura Brasileira pela Uerj.
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