Próximo destino: suas férias!

Veja como abordar a temática em sala de aula e descubra como relacioná-la com a prática esportiva e os hábitos saudáveis


Que o Rio de Janeiro é a uma cidade maravilhosa, a gente não cansa de ouvir. Abençoado pela beleza natural, a capital fluminense é um destino escolhido por visitantes do mundo todo que buscam sol, mar, samba e diversão. Mas engana-se, profundamente, quem pensa que o Rio é só isso. E mais, não só na Zona Sul (como por exemplo: Leblon, Ipanema, Lagoa, Urca e Copacabana) se vive a magia do turismo. Os bairros mais afastados do centro da cidade e a Região Metropolitana estão recheados de atrações naturais e projetadas pelo homem. E o melhor, com fácil acesso, a maioria de graça e muita diversão garantida.

Como diria Içami Tiba: “Quem ama cuida!”. E uma das melhores formas de cuidar daquilo que nos cerca, sobretudo os nossos recursos naturais, é conhecê-los mais de perto. Sendo Assim, a Revista Appai Educar traz uma edição especial do Guia Histórico especialmente para suas férias, cujo objetivo é mostrar a você, leitor, lugares encantadores por sua beleza natural e toda a plenitude da nossa diversidade, a fim de que essa aproximação lhe proporcione experiências incríveis, tanto no ponto de vista pessoal, como na sua vivência pedagógica em sala de aula com seus alunos. Borá lá!

 

PRÓXIMO DESTINO: GUARATIBA

Zona urbana com jeitinho de interior

O que não dá para negar é que tem muito lugar bonito para passear e admirar na Zona Oeste do Rio, mais precisamente em Guaratiba. Com jeitinho de interior, mas dentro do perímetro urbano, um dos bairros mais distantes do centro do Rio é recheado de cultura e beleza natural.

A região era considerada uma área rural, voltada principalmente para a pesca artesanal. O comércio, antigamente pouco desenvolvido, era formado por pequenos estabelecimentos direcionados ao consumo dos próprios moradores e alguns poucos restaurantes de frutos do mar, destinados ao turismo de fim de semana.

Com a crescente expansão imobiliária da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes, o local foi ganhando pouco a pouco a presença dos novos moradores. Mas o boom que permitiu a acessibilidade da grande maioria se deu através da implementação do BRT com o corredor Transoeste, em meados de 2012. Hoje é um dos destinos mais cogitados entre os moradores e visitantes do Rio.

A escolha se dá justamente pela calmaria que o local pode proporcionar, como as praias de Barra de Guaratiba, incluindo as trilhas da Pedra do Telégrafo e da Pedra da Tartaruga (aqui ainda é possível acampar). Há quem busque um pouco mais de aventura, então os visitantes se entregam à adrenalina com stand up paddle ou um passeio de bugre na imensa restinga da Marambaia.

No campo histórico-cultural não podemos deixar de recomendar uma visita à charmosa Igreja de Nossa Senhora do Desterro, que é a terceira mais antiga da cidade. Construída à beira-mar, em 1628, teve sua fachada alterada ao ser revestida de azulejos no século XIX e, no século posterior, sofreu inúmeras vezes reformas, tendo sido tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938.

No bairro ainda podem ser encontrados sítios históricos e arqueológicos e dois sambaquis (Embratel, com idade estimada em 2.260 anos, e Zé Espinho, com cerca de 1.180 anos).

O bairro conta também com o Centro de Estudos, Pesquisas e Ações de Guartiba (Cepag), uma ONG sem fins lucrativos voltada à reflexão sobre temas contemporâneos. Seu objetivo é trazer desenvolvimento cultural, econômico, artístico, social e político para região de Guaratiba.

Carla Merencio, funcionária e colaboradora do Cepag, diz que em Guaratiba todo lugar tem uma história muito forte desde a colonização do Brasil, como em Ilha de Guaratiba. “Temos as bicas que representam o ciclo da política da água das décadas de 1940 e 50; os marcos que delimitavam a prefeitura do distrito federal; as ruínas dos castelos do período escravocrata; os nomes dos logradouros que remetem à história da região [toponímia]; além da primeira estrada construída por concorrência pública em 1881 e das matas e cachoeiras no portal sul do maciço da Pedra Branca”, conta.

A vista oferece um cenário paradizíaco e inspirador. É fácil se sentir cativado a repousar e contemplar toda a beleza e admiração com que a natureza nos presenteia em toda a vasta nuance de sua diversidade.

Um dos locais que só de bater o olho você já sabe que se trata de Barra de Guaratiba é a ponte Eurico Gaspar Dutra que é a referência do bairro. “Como parte do polígono do tiro, ela foi construída para proteção da costa brasileira contra os nazistas na Segunda Guerra mundial. No entorno há uma bela paisagem natural, como as praias desertas, a Pedra da Tartaruga e o manguezal”, explica.

Carla também pontua os píeres de Pedra de Guaratiba e Brisa onde se recebem muitos turistas. “O pôr do sol é o mais lindo do Rio de Janeiro, temos a Pedra da Paca de onde se tem a visão do espelho do mar de toda a Baía de Sepetiba. A APA (área de proteção ambiental) na Praia da Brisa, que é um lugar encantador, possui uma biodiversidade incrível, tem um grande berçário, fauna e flora diversos, mas não é tão visitado por quem vem de fora”, acentuou a colaboradora do Cepag.

 

O mangue de volta à vida

Um dos projetos mais interessantes do bairro tem sido coordenado por Carla Merencio, do Cepag. Batizado como “Mangue Limpo”, a intenção da ação é reavivar a biodiversidade do local despoluído, principalmente os mangues, que tiveram uma forte presença de adversidades de ordem humana por conta da expansão urbana desenfreada.

“O objetivo é chamar a atenção do poder público e da população para a necessidade de preservação do local, que se estende entre a Pedra de Guaratiba e a Brisa. A extensão é imensa e como não é devidamente fiscalizada observamos desmatamento, atividades irregulares de pessoas que fazem o arrasto de mariscos, presença humana na área do grande berçário, objetos descartados que poluem, degradam e desestabilizam o nosso ecossistema”, esclarece Carla, acrescentando que o projeto não busca apoio de nenhum governo vigente, apenas participação voluntária dos moradores e interessados.

Nos últimos meses de 2021, o Cepag participou ativamente do planejamento municipal orçamentário de Guaratiba, que foi realizado com a participação popular levantando informações necessárias para poder listar o que de fato será preciso para reestruturar os locais públicos, como reparo dos píeres, pavimentação de ruas, melhoria de praças e logradouros públicos etc. “Além disso estamos planejando projetos de desenvolvimento social que incluem cursos profissionalizantes e oficinas para a população, além da nossa proposta de que ela participe ativamente aumentando assim a estima de ser guaratibano”, enaltece Carla Merencio.

 

Sítio Roberto Burle Marx: o queridinho da vez

Patrimônio mundial da Unesco, o Sítio de Roberto Burle Marx é um lugar único que reúne o mais completo registro da vida e obra de um dos maiores arquitetos e paisagistas do século XX. A atração localizada em Barra de Guaratiba está presente em peso nas redes sociais.

Com poucos cliques pelas hashtags no instagram, encontramos a designer Camila Lima, que visitou recentemente o local e ficou encantada. “Desde minha infância ouço falar do espaço e há muito tempo estava me programando para conhecer, mas só agora morando mais próximo consegui”, disse Carla.

A antiga residência de Roberto Burle Marx abriga uma das mais significativas coleções de vegetais tropicais e subtropicais do mundo. Este grande conjunto de plantas vivas adaptou-se perfeitamente à natureza habitual do sítio, composta por manguezal, restinga e Mata Atlântica.

Moradora do Recreio, Camila viu a oportunidade de fazer um passeio diferente no final de semana, há poucos minutos de casa. “Eu esperava encontrar um lugar predominantemente verde, com muitas plantas e árvores, e de repente alguns animais, mas foi muito além disso, porque o paisagismo e a arquitetura das casas no sítio são surpreendentes”, revelou a carioca.

Indagada sobre as atividades realizadas no sítio durante a visitação, Camila é enfática. “O zelo que todos têm pelo espaço deixa intrínseco nosso papel em relação ao meio ambiente. O local é riquíssimo para fazer passeios escolares, pois traz mensagens muito importantes que devem ser repassadas às crianças. Quando eu era pequena fazia passeios escolares em jardins botânicos e sempre me marcou muito”, lembrou com tom alegre.

Camila lembra também que há outros projetos assinados pela essência Burle Marx, como a nova sede do Museu do Pontal na Barra da Tijuca e o Instituto Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho. Vale ressaltar que, recentemente, a reinauguração do Hotel Nacional, em São Conrado, também possui jardins assinados por Burle Marx.

As visitas guiadas ao parque são acompanhadas por profissionais do sítio, que apresentam aos visitantes as espécies que o habitam e contam a história deste importante brasileiro. Além de um passeio pela parte botânica do espaço, os visitantes descobrem também a arquitetura, o atelier de pinturas e as coleções pessoais de plantas do arquiteto e paisagista. Há ainda o Museu Casa de Burle Max, que preserva mais de três mil peças, entre raros objetos de arte e artesanato reunidos ao longo de sua vida.

Agende sua visita acessando aqui

 

Arca do Noah

https://arcadonoah.com.br/

Minivacas, patos, lhamas, cisne negro, mais de 20 espécies de galinhas, ganso, coelho, porquinho-da-índia, peixes, serpentes e até a maior pomba do mundo… Ali cabe muito bicho! São mais de 500 animais na Arca do Noah, um recanto ecológico de Guaratiba, que faz parte dos roteiros do benefício Passeio Cultural da Appai.

O espaço é perfeito para a contemplação da fauna e da flora, além de oferecer às crianças a observação da exuberância da natureza, da convivência com os bichos e o valor da biodiversidade. A iniciativa faz parte de um projeto de educação ambiental criado por pessoas que amam e respeitam os animais, a natureza e o meio ambiente.

Veja mais sobre a Arca do Noah

 

PRÓXIMO DESTINO: NITERÓI E SÃO GONÇALO

Atrações naturais, culturais e arquitetônicas de Niterói

Situada a 13 km do Rio de Janeiro, Niterói encanta milhares de visitantes todos os anos. Além de oferecer uma linda vista da Cidade Maravilhosa, conta também com as mais belas praias e lugares turísticos para visitar. E quem passa ou mora por aqui não pode deixar de conhecer o Caminho Niemeyer. Com 11 km de extensão ao longo da orla da cidade, o conjunto arquitetônico e cultural foi projetado por Oscar Niemeyer, o arquiteto brasileiro mais consagrado no mundo. Superada apenas por Brasília, Niterói é a segunda cidade do mundo com a maior quantidade de obras suas.

O complexo é composto por sete equipamentos urbanos e tem como objetivo promover a arte e a cultura aos moradores e visitantes da cidade. O primeiro deles é o Memorial Roberto Silveira, uma cúpula de concreto aparente que parece emergir do chão. O local abriga um vasto e importante acervo histórico fluminense, com pouco mais de 200 mil obras digitalizadas, um auditório para eventos e um painel do artista plástico Claudio Valério Teixeira.

O Museu da Ciência e Criatividade também faz parte do Caminho Niemeyer. A construção é dividida em dois blocos e foi construída sobre um espelho d’água. A cúpula tem o formato de caracol e a rampa principal dá acesso ao mezanino que é reservado para exposições. No interior do museu o eco é forte, Oscar Niemeyer gostava de brincar com os sons em suas obras. Já o segundo bloco tem uma forma de meia-lua e mistura vidro e concreto.

Com capacidade para 460 pessoas, o Teatro Popular Oscar Niemeyer possui uma forma ondulada na cobertura, que, vista de cima, lembra o formato das ondas do mar. O local, que também faz parte do Caminho Niemeyer, possui uma inovação do arquiteto: em uma infraestrutura única de palco, camarins e recursos técnicos, há um palco reversível, que pode ser utilizado por uma plateia interna ou aberto para uma praça, abrigando espetáculos ao ar livre para até 10 mil pessoas. A fachada do prédio exibe cerâmicas com desenhos de Niemeyer, que mostram formas femininas e fazem uma analogia às curvas do próprio teatro.

O Caminho continua pela orla da Baía de Guanabara, passando pela Praça Juscelino Kubitschek. Nela, estão representados em estátua o arquiteto Oscar Niemeyer e o presidente Bossa Nova. Seguindo pela orla marítima, chega-se ao Centro Petrobras de Cinema. Em formato de um rolo de filme, o espaço conta com cinco salas de cinema, café, livraria, galeria de artes e costuma sediar muitos eventos do setor audiovisual que acontecem todos os anos em Niterói.

Caminho Niemeyer – Niterói – Crédito da foto – Gibro Walker

Continuando o passeio pela orla, é possível ver o Museu de Arte Contemporânea. O maior ponto turístico de Niterói, que parece um disco voador, mas na verdade é inspirado em uma flor. Uma grande e imponente rampa externa de concreto vermelho leva o visitante às entradas dos pavimentos superiores. No salão central de exposições, envolto por uma varanda circular envidraçada, o visitante pode admirar a paisagem panorâmica da Baía de Guanabara.

Seguindo pela orla, o visitante tem acesso a outra importante obra do arquiteto: a Estação Hidroviária de Charitas. Um dos destaques do edifício é o recuo da estação em relação à linha d’água e a construção de um píer sobre estacas onde atracam os catamarãs. A construção possui 2 mil metros quadrados e 700 metros quadrados de vidro para compor o salão panorâmico de embarque de passageiros. A estação conta também com um restaurante com vista panorâmica em seu terraço.

 

Um pedaço verde em plena área urbana de Niterói

Crédito da foto – Mario Howat

Após conhecer e se encantar com as obras de Niemeyer, que tal curtir o dia cercado de natureza? Para isso, você tem a opção visitar o Campo de São Bento. Um local onde o visitante pode caminhar à vontade, curtindo os lagos com peixes, canteiros de flores, pistas de caminhadas e parquinhos. O espaço conta também com um pequeno parque de diversões e feiras de produtos orgânicos nos finais de semana.

Outra opção de passeio ao ar livre é o Jardim Botânico de Niterói, também conhecido como Horto Botânico ou Horto do Fonseca. Com cerca de 8 mil metros quadrados, o espaço conta com pistas de patins, skate (considerada a terceira maior da América Latina), área para caminhada, playground para crianças, local de convivência, quiosques, banheiros, bicicletários, coreto, duas academias (uma delas para a terceira idade) e rotas de acessibilidade para portadores de deficiência. Um espaço perfeito para um piquenique ou caminhadas ao redor dos lagos artificiais.

E quem curte uma vista de tirar o fôlego precisa conhecer o Parque da Cidade. Localizado no bairro de São Francisco, tem uma vista privilegiada para a Lagoa de Piratininga, Itaipu, São Francisco, Charitas, Baía de Guanabara e Cristo Redentor. No alto dos 270 metros, o visitante tem acesso ao pôr do sol mais incrível de Niterói e é um local muito procurado para quem gosta de voo livre. Além de poder aproveitar para tomar um café, açaí ou escolher um drink no bistrô que há por lá.

 

História e cultura no mesmo lugar!

Solar do Jambeiro – Niterói – Crédito da foto – Fabiano Caetano – Flickr

Depois de passar o dia cercado de natureza, você pode conhecer outros pontos turísticos e históricos da cidade. Cenário de um dos filmes de Paulo Gustavo, a Ilha da Boa Viagem está localizada próxima ao MAC. Por lá, o visitante encontra a Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, uma igrejinha construída no século XVII. A capela atraía marinheiros e pescadores a Niterói em busca de bênçãos antes de suas viagens. Além da igreja, as ruínas de um antigo forte também podem ser vistas na ilha. O acesso se dá pelo Mirante da Boa Viagem e para entrar é preciso caminhar até a ponte que faz a ligação do continente com a ilha.

No bairro vizinho, você pode visitar o Museu Janete Costa de Arte Popular. Sediado num casarão de 1892, o espaço está situado em dois sobrados, com fachadas tipicamente neoclássicas e tem como objetivo ampliar a divulgação da cultura popular brasileira. O museu recebe o nome de uma das maiores pesquisadoras e especialistas em arte popular brasileira, Janete Costa, que viveu parte de sua vida na cidade.

Perto dali, você também pode conhecer o Solar do Jambeiro ou Palacete Bartholdy. Ele foi construído em 1872 e está localizado no bairro de São Domingos. Atualmente, funciona como um centro cultural, abrigando exposições de artes plásticas, seminários, cursos sobre preservação e restauração de bens culturais, exibições de peças de teatro e de música. A fachada principal e as laterais do espaço cultural são revestidas por azulejos portugueses, considerados como um dos mais importantes do século XIX no Brasil. Uma das coisas que mais chamam atenção dos visitantes é o tapete cor de rosa formado pelas flores dos jambeiros e a beleza do local.

 

Pontos turísticos e históricos em São Gonçalo

foto – Site São Gonçalo Turismo

Depois de conhecer os pontos turísticos e históricos de Niterói, chegou a hora de descobrir o que tem de mais legal no segundo município mais populoso do estado e o 16º do país. Se você mora ou está visitando São Gonçalo, conheça algumas opções de cultura e lazer para toda a família!

Desconhecida por boa parte dos moradores da região, a Ilha das Flores é um dos marcos históricos da imigração para o Brasil do século XIX. Lá funcionou a primeira hospedaria de imigrantes de todo o país. Nos últimos dois séculos, a ilha também abrigou um importante engenho de mandioca, foi espaço para uma pioneira experiência de criação intensiva de peixes, funcionou como presídio e depois como sede da Tropa de Reforço da Força de Fuzileiros da Esquadra do Corpo de Fuzileiros Navais, da Marinha do Brasil. Por lá, o visitante pode conhecer um pouco mais da sua história no Museu da Imigração.

E por falar em história, São Gonçalo também abriga uma das propriedades coloniais mais importantes do Brasil, a Fazenda Columbandê. Sua história começou no século XVII quando foi comprada por Duarte Ramires de Leão, tornando a propriedade uma das maiores produtoras de cana-de-açúcar da região. O casarão foi construído em estilo barroco e conta com 38 cômodos, incluindo quatro no subsolo, onde ficavam as senzalas que abrigavam os escravizados. Ali também se encontra a Capela de Monserrate, erguida originalmente para o batizado do filho de Leão, em 1618. Diante de toda a sua importância histórica, cultural e arquitetônica, a fazenda foi tombada pela União em 1939.

foto – Site São Gonçalo Turismo

Agora se você gosta de um cenário de lendas e ditos locais, precisa conhecer a Fazenda de Itaitindiba. Ela teve sua origem da sesmaria doada a um padre jesuíta em 1687. No terreno encontra-se a Capela de São José, construída por escravizados no fim do século XVII e reconhecida pelo Vaticano em 1780. Tanto a casa sede quanto a capela passaram por diversas reformas de conservação. Em escavações, foram encontradas máquinas do antigo engenho de farinha que havia no local e que hoje adornam a varanda da casa.

Agora me diz: já imaginou conhecer o único relógio de sol vertical, com duas faces, do mundo? Ele está localizado em São Gonçalo e foi construído ao ar livre pelo historiador e escritor Décio Machado. O relógio foi inspirado em uma criação chinesa exposta há cinco mil anos e foi inaugurado em setembro de 1990, em homenagem ao centenário da emancipação do município.

 

Arte e cultura através da dança

E não para por aí. São infinitas as opções de lazer e cultura em Niterói e São Gonçalo. A dança, por exemplo, também se faz presente quando o assunto é arte. Na Appai, o benefício Dança disponibiliza turmas de charme, ritmos quentes, danças do ventre, cigana, de salão e sensuais femininas. São espaços em diversos bairros e municípios nas regiões Oeste, Norte, Centro, Baixada e em todo o Grande Rio. Acesse o nosso site e escolha o local mais próximo de você!

Além de estimular a arte e a cultura, a dança traz uma série de benefícios para a saúde física e mental de quem pratica, como a melhora do sistema cardiovascular, o aumento do fluxo sanguíneo, favorece a respiração correta e também ajuda nas defesas do organismo. Sem contar que os movimentos aprendidos trazem uma série de vantagens para o cérebro. Decorar coreografias ou a simples sequência de passos e movimentos trabalha a memória. Algumas modalidades, como a dança de salão, são indicadas também para a melhoria da coordenação motora e para a concentração. Para os idosos, a prática é sugerida para preservar a função cognitiva.

 

PRÓXIMO DESTINO: MARICÁ

Gruta – Parque Estadual da Serra da Tiririca – foto pagina facebook Peset

O desbravar desse destino é o Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset), localizado entre Niterói e Maricá, com quase 3.500 hectares, distribuídos em 19 bairros dos quais quatro estão localizados em Maricá, no Recanto de Itaipuaçu, Morada das Águias, Itaocaia e Calaboca. Isso sem falar na abrangência marinha, com seus mais de 1.700 metros de avanço sobre o mar, que alvorece na ponta de Itaipuaçu e se esparrama até a Praia de Itacoatiara, na parte colada ao costão, incluindo três ilhas costeiras.

 

Cerca de 30,7% da área total do Peset encontra-se em Maricá

De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea-RJ), em seu Resumo Executivo do Plano de Manejo Parque Estadual da Serra da Tiririca, cerca de 30,7% da extensão total do Peset encontra-se inserido no município, representando 2,35% da área total do município. Com sua sede administrativa localizada em Maricá, o parque tem nesse reduto o bairro de Itacoatiara, sendo o local de maior visitação.

A natureza viva embeleza o cenário – foto página facebook Peset

Lá, além do posto de recepção ao turista, destinado à orientação, ao monitoramento e ao controle da visitação, encontra-se também um setor destinado a ações de uso múltiplo, que vão desde explicações como, por exemplo, se tornar um voluntariado nas ações do parque a participar de exposições, mutirões e troca de saberes sobre a gestão da prática do montanhismo, por ser uma área cercada de relevos.

 

Atividades turísticas, esportivas e culturais

Além da beleza cenográfica da região, o que não faltam são opções esportivas, de lazer e culturais nas áreas da Serra da Tiririca, cujo eixo principal centra-se na ressignificação da vida, do sentido de existência a partir daquilo que a natureza proporciona ao humano e aos seus visitantes.

 

Caminhando com a natureza

As tradicionais caminhadas do Peset, sejam as leves, moderadas ou desafiadoras, são uma atração à parte para crianças, jovens, adultos e para todos que curtem essa atividade e de quebra querem agregar conhecimento. Entre as muitas possibilidades disponibilizadas pelo parque, a histórica Trilha Estrada de Ferro Maricá – de aproximadamente 2 km de extensão – é uma caminhada considerada de nível baixo de dificuldade com um roteiro voltado, mais especificamente, para o lazer, a educação ambiental e a apreciação.

Crédito: Mirante de Itaipuaçu – Maricá – foto página facebook Peset

Mas se você não é um adepto de caminhar a pé, ou por qualquer outro motivo, não precisa ficar triste, pois o parque oferece opções de locais adoráveis que podem ser visitados usando o carro, como é o caso do Mirante de Itaipuaçu, com sua vista esplendorosa da baixada litorânea de Maricá e de Itaipuaçu. O acesso por automóvel se torna ideal para famílias e pessoas com dificuldade de locomoção.

Mirante da Serrinha em Itaipuaçu | https://www.marica.rj.gov.br/2019/08/09/mirante-da-serrinha-de-itaipuacu-vai-ter-area-de-convivencia/

A outra opção é a Estrada do Chibante com sua paisagem cercada por um vale densamente florestado no setor Darcy Ribeiro ou o Túnel Ferroviário remanescente de uma das mais importantes ferrovias da região. Mas tudo isso, sem esquecer dessa opção histórica que é a trilha percorrida por Charles Darwin, em 1832, conhecida hoje por Caminho Darwin. São aproximadamente 2 km de estrada em terreno praticamente plano, que corta o parque entre o Engenho do Mato (Niterói) e Itaocaia (Maricá).

 

Uma aula a céu aberto em Maricá e seu entorno

Foto: Manoel Moraes Jr. – Poço do Córrego dos Colibris – Câmera: Nikon D800E

De volta ao parque, para professores, estudantes e apreciadores da história, vários roteiros fascinantes compartilham suas memórias que podem ser usadas como uma surpreendente sala de aula ao ar livre, entre eles a conhecida Trilha do Córrego dos Colibris, uma caminhada de nível leve, com 300 metros de extensão, que pode ter seu roteiro do ciclo das águas utilizado como conteúdo ambiental nas aulas de ciências, biologia e afins.

Para que os registros acerca dos saberes e vislumbres do parque não fiquem somente no pensamento e nos cliques dos visitantes, uma equipe interdisciplinar do Peset realiza palestras, para grupo de alunos, com temas tão interessantes quanto diversificados, acerca da fauna, flora e história local, bem como dicas de conservação. Esse trabalho é realizado junto às escolas das redes públicas e particulares, inclusive nas datas comemorativas.

Outro ponto imperdível é a Trilha do Alto Catumbi/Pedreira de Inoã, com seus 1.400 metros de extensão, indicada para caminhada de nível moderado de dificuldade, lazer, contemplação, educação ambiental e práticas esportivas. Nesse mesmo trajeto, encontra-se o Caminho do Parapente, muito percorrido por motociclistas e caminhantes nos seus mais de 2 mil km. A subida pela Estrada do Cassorotiba, também em Inoã, primeiro Distrito de Maricá, é cercada pela vegetação nativa e uma diversificada espécie de pássaros, que com seus cantos embalam a subida.

Mas para aqueles que queiram levar suas famílias, a sugestão é ir de carro pela Rodovia Amaral Peixoto, RJ-106, sentido Região dos Lagos. No local do salto, o visitante além de contemplar a beleza do mirante, com vista para todo o litoral de Maricá, também tem a opção de almoçar, lanchar e passar a noite numa pequena pousada no local.

 

O mar mostra a sua beleza

Seus mares abrem seus portais aos turistas, banhistas, velejadores, canoístas, surfistas, mergulhadores, biólogos e admiradores dos mais belos cenários das águas claras da região, a fim de que explorem ilhas, mirantes, picos, cavernas, enseadas e montanhas. Nesse oásis verde de picos e relevos, os mais aventureiros encontrarão nas formações rochosas locais, desde divertidos campos-escola até vias de extrema dificuldade técnica.

Conheça mais sobre os principais atrativos da riqueza cultural e ambiental do Peset, eixo Maricá, durante o ano inteiro, desde que haja condições climáticas favoráveis. Acesse a listagem completa no site do Inea.

 

Achou que acabou? Nada disso!

Bem pertinho da praia do Leme, o Passeio Forte Duque de Caxias (Forte do Leme), oferecido pela Appai, é um dos roteiros que reúne beleza, história e encantamento. Por conta da pandemia, o local está temporariamente com a entrada gratuita, mas é sempre bom checar antes de ir, caso o associado não esteja indo pelo benefício Appai.

Outra dica que não pode ficar de fora é o “Passeio Forte de Copacabana”, um roteiro já conhecido do associado Appai, e que também está temporariamente com a entrada gratuita a todos nas terças-feiras. O Bondinho do Pão de Açúcar com seu visual apaixonante também faz parte dos roteiros da Appai e bem ali pertinho, fica a dica, a famosa Mureta da Urca – paredão à beira-mar na Baía de Guanabara, famosa pelas vistas para o poente e a estátua do Cristo Redentor.

Para quem curte aquele arzinho mais fresco, mais friozinho, o benefício Passeio Cultural lembra que Petrópolis e Teresópolis são excelentes opções de passeio, realizados em um único dia, tipo bate e volta, mas com uma bagagem de conhecimento e alegria que não cabe na mala.

 

PRÓXIMO DESTINO: ZONA OESTE E NILÓPOLIS

Parques ecológicos em plena área urbana

Todo mundo já conhece os belos monumentos naturais que a cidade do Rio de Janeiro apresenta, trechos preservados de Mata Atlântica em meio a lugares altamente urbanizados. A maior parte deles está situada na Zona Sul da Cidade e já se consagrou como locais de alto apelo turístico.

Mas pouca gente sabe que, mais distante do Centro ou das áreas nobres da cidade, a região metropolitana do Rio de Janeiro também possui seus reservatórios de beleza natural e de fauna e flora exuberantes, prontos pra deixar os amantes da natureza encantados.

Um deles está situado na Zona Oeste da cidade, encravado em uma das áreas de maior densidade urbana da cidade. Estamos falando do Parque Municipal do Mendanha.

Com uma área de mais de 1.400 hectares, a reserva fica entre os dois bairros mais populosos da Zona Oeste, Bangu e Campo Grande, e recebe entre mil e dois mil visitantes nos finais de semana de tempo bom.

O parque se desenvolve em torno do maciço do Mendanha, uma formação natural da região, que já no século XVII abrigava muitos cafezais, de modo que ali, além das belezas naturais, há importantes vestígios históricos remanescentes das fazendas, como o prédio principal, já em ruínas, mas também traços de outras instalações, como a senzala e os locais onde ficavam os animais da criação.

Mas sem dúvida o grande atrativo do parque é a exuberante natureza, com a mata em estágio de regeneração após ações para conter o desmatamento. Por isso, o local é habitado por várias espécies de pássaros, insetos e animais típicos da Mata Atlântica, como macacos, capivaras e répteis.

A relativa proximidade com a área urbana da Zona Oeste, somada às belezas de tirar o fôlego do parque, têm levado um número cada vez maior de pessoas a buscar esse pequeno paraíso como opção de lazer, principalmente nos dias mais quentes, seduzidos pelas belas cachoeiras e piscinas naturais, além das trilhas e espaços criados para a diversão da garotada, como alguns playgrounds que estão espalhados pelo parque.

É verdade que as pessoas que frequentam o parque têm feito algumas reclamações quanto ao estado de alguns equipamentos instalados no local, além do problema do transporte, que tem sido um grande problema para toda a Zona Oeste e também torna mais difícil o acesso a essa diversão em espaço natural.

Mas com o fim da pandemia – o local ficou fechado durante esse período – e a necessidade de reativar as atividades de lazer na cidade, as autoridades têm prometido dar mais atenção tanto à estrutura do parque quanto às condições de estradas e transporte público.

Se a Zona Oeste da cidade abriga esse recanto de natureza para brindar as pessoas, outras partes da Região Metropolitana do Rio de Janeiro não ficam em desvantagem. Um bom exemplo disso é o Parque Natural do Gericinó, situado no município de Nilópolis, uma das cidades mais populosas da Baixada Fluminense.

O parque é conhecido como o “pulmão dos nilopolitanos”, em função de seu quase um milhão de quilômetros quadrados de área verde, com flora e fauna exuberantes e uma boa estrutura para abrigar as atividades de lazer em meio à natureza, como pistas de passeio, trilhas e sinalizações para os principais pontos visitáveis do parque.

A área, que é uma unidade de conservação e foi cedida para a administração do município de Nilópolis pelo Exército brasileiro, também tem um passado de ocupação por atividades extrativas, tendo abrigado fazendas e polos de extração mineral. Hoje, porém, além de uma das mais importantes áreas de lazer da Baixada Fluminense, também serve de campo de observação e estudos para a preservação ambiental, abrigando diversos projetos acadêmicos.

Nos finais de semana, o parque é bastante visitado por pessoas em busca de atividades ao ar livre, em meio à natureza, para piqueniques, caminhadas e observação de pássaros, uma das práticas mais facilmente vistas no local, em função da grande diversidade de aves que transitam por ali. As pistas e caminhos traçados ao longo da vasta área natural inclusive já foram palco de provas de rua, como a Corrida Extreme, que teve uma etapa no parque, que inclusive contou com a participação da equipe de corredores da Appai.

Além de todos esses atrativos, o Parque Natural do Gericinó ainda tem a vantagem de ser de fácil acesso, já que sua entrada principal fica situada bem no centro de Nilópolis, com várias linhas de ônibus e a estação de trem facilitando a chegada dos visitantes. Como se vê, não faltam opções de lazer saudável e com pegada ecológica, mesmo em áreas urbanizadas e populosas da Região Metropolitana. Quem ainda não conhece não vai se arrepender se colocar esses roteiros em sua programação de férias.

E para diversificar ainda mais esse cardápio de férias, a Appai lembra a você associado beneficiário, que o benefício Passeio Cultural oferece roteiros em lugares incríveis, como, por exemplo, esses abaixo, abrindo ainda mais o leque de opções para você curtir de boa aquelas tão sonhadas férias com seus amigos e sua família.

 

Uma outra dica incrível para as suas férias é o Busão das Artes!

Você sabia que há mais de um quatrilhão de bactérias na Terra, das quais 100 bilhões habitam o corpo humano, e 99,99% ainda sequer foram descobertas? Ops!, É isso mesmo.  E para reforçar a tônica de que férias e conhecimento caminham juntos, estamos trazendo a vocês essa novidade para incrementar ainda mais as suas férias através do projeto Busão das Artes, que vai circular pelas praças e pontos já bastante conhecidos dos cariocas.

A iniciativa do projeto é juntar arte e ciência nesse megaexperimento e explorar o universo dos fungos e bactérias de uma maneira surpreendente, tornando visível aquilo que normalmente nossos olhos não conseguem ver. Tudo isso vai acontecer a partir de novembro de 2021 a fevereiro de 2022. Acompanhe abaixo o calendário.

A mostra rodará em um busão, na verdade um caminhão, de 15 metros adaptado para receber experimentos interativos de abordagem científica e projetos de artes visuais mostrando um lado ambiental, que trata das bactérias e de seu papel em nosso ecossistema; e outro, científico, que aborda o conhecimento sobre o organismo humano. De acordo com os curadores do evento, a proposta do Busão é a de funcionar como uma espécie de realfabetização sensorial e cognitiva, para apresentar um conceito original do século XXI: a diversidade integra unidades.

Entre muita coisa bacana que o projeto vai mostrar, uma delas é, por exemplo, a apresentação da mais completa biometria de um ser humano: a microflora do umbigo (mais identitária do que qualquer outra forma de tornar único um indivíduo). Ela está representada nas fotos do artista plástico Vik Muniz, em parceria com o engenheiro biomédico Tal Danino.

O Busão está aguardando os visitantes em praças e outros espaços públicos, gratuitamente aberto a todos. Segundo a curadoria do evento, uma equipe capacittada de mediadores e arte-educadores aprofundará os conteúdos apresentados no local.

 

Agenda Busão das Artes – Entrada Gratuita

Início: 22 de novembro
Fim: 24 de fevereiro
Horário de funcionamento: das 9 às 17h
Horários das visitas agendadas: das 9 às 11h e das 15 às 17h

 

Parada 1: Praça Santos Dumont

22/nov/2021 a 28/nov/2021 – terça a sexta-feira
29 /nov/2021 a 05/dez/2021 – quinta a domingo
7/dez/2021 a 12/dez/2021- terça a sexta-feira

 

Parada 2: Praça Mauá

14/dez/2021 a 19/dez/2021 – terça a sexta-feira
21/dez/2021 a 23/dez/2021 – domingo a terça-feira
4/jan/2022 a 9/jan/2022 – quinta a domingo

 

Parada 3: Parque Madureira

11/jan/2022 a 16/jan/2022 – quinta a domingo
25/jan/2022 a 30/jan/2022 – quinta a domingo
1/fev/2022 a 06/fev/2022 – quinta a domingo

 

Parada 4: Maré

8/fev/2022 a 13/fev/2022 – quinta a domingo
15/fev/2022 a 20/fev/2022 – quarta a sábado
21/fev/2022 a 24/fev/2022 – segunda a quinta-feira


Por Antônia Lúcia, Jéssica Almeida, Richard Günter e Sandro Gomes

 


Podemos ajudar?