Após embate, Pedro II libera uso de saia para alunos

Pedro II libera uso de saia para alunos

 

.Um dos estabelecimentos de ensino mais tradicionais do país aboliu a distinção de gêneros no uniforme. Ou seja, a partir de agora cada estudante do Colégio Pedro II tem o direito de optar por qual modelo usar, o (antigo) feminino ou o masculino. A medida se torna ainda mais polêmica por se tratar de uma das instituições mais antigas e tradicionais, e que inspirou os formatos pedagógicos adotados por todo o país. Fundado em 1837, essa escola está diretamente ligada à formação da história brasileira.
 
Só para se ter uma ideia, é o recordista na formação de futuros presidentes da República: Floriano Peixoto, Washington Luis, Hermes da Fonseca e Nilo Peçanha, além do govenador do antigo Distrito Federal Pereira Passos.
 
 
Protesto Saiato
 
Mas a flexibilização nas vestimentas não foi algo decidido de maneira espontânea. Desde 2014 que vêm ocorrendo embates entre alunos, pais, professores e a direção. O ponto crítico foi o protesto denominado saiato,realizado há dois anos, como resposta à proibição de entrada de um aluno por estar trajando saia. Em junho deste ano, os meninos voltaram a protestar usando o traje do uniforme feminino, desta vez na porta do Colégio Militar em resposta a comentários considerados machistas dos estudantes da escola vizinha em redes sociais criticando o comprimento das saias das alunas segundistas.
 
Antes de chegar a essa liberação, algumas medidas vieram sendo tomadas. Desde maio, o Pedro II adotou o modelo de “nome social” na chamada, justificado pela reitoria como forma de não causar constrangimentos aos alunos de orientação sexual diferente.
 
A portaria já está publicada como “Normas e Procedimentos Discentes” no site da Instituição de ensino em que o uniforme ainda aparece como obrigatório, porém agora sem distinguir que peças são para uso masculino ou feminino.
 
Em texto, o reitor Oscar Hallack justifica que procura “de alguma maneira contribuir para que não haja sofrimento desnecessário entre aqueles que se colocam com uma identidade de gênero diferente daquela que a sociedade determina”.
 
Ainda em nota, Hallack afirma que “a escola não deve estar desvinculada de seu tempo e momento histórico”.
 
 
Falando em História…
 
O Pedro II tem 13 mil alunos que estudam em 14 campi, sendo 12 no município do Rio de Janeiro, um em Niterói e um em Duque de Caxias, além de uma unidade de educação infantil.
 
É o terceiro mais antigo do país ainda em atividade, depois do Ginásio Pernambucanoe do Atheneu Norte-Riograndense.
 
 
Professores Ilustres:
 
Uma das marcas do Pedro II sempre foi a excelência de seus docentes. Fizeram parte de seus quadros grandes nomes nas áreas das artes, literatura, política, medicina, advocacia e outras profissões como: Arnaldo César Coelho, Aurélio Buarque de Holanda, Cecil Thiré, Euclides da Cunha, Heitor Villa-Lobos, José Veríssimo, Manoel Bandeira, além de Osório Duque-Estrada, autor do Hino Nacional.
 
 
Alunos que viraram referência
 
Pelas carteiras do Pedro II passaram nomes que se destacariam em diversos segmentos da sociedade brasileira. Entre eles o jurista Afonso Arinos; os escritores Alceu Amoroso Lima, Lima Barreto e Manuel Bandeira; os cantores Arlindo Cruze Cássia Eller; os novelistas Dias Gomes e Gilberto Braga; os atores Fernanda Montenegro e Gerald Thomas; os jornalistas Fátima Bernardes e João Saldanha, além de um dos maiores sanitaristas do mundo,Oswaldo Cruz.

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