Educar sem likes e viver no esporte
Por Tiago Aquino*
Trago inicialmente inspirações da obra “O Brincar e a Natureza” de Giselle Frufrek: “As crianças cresciam ouvindo o canto dos pássaros, assistiam ao entardecer pintar o céu multicor. Os caminhos no meio da mata e os sons da natureza povoavam a imaginação das crianças. Brincavam livremente, construíam seus brinquedos com elementos que encontravam completamente disponíveis em seu entorno. Suas vidas cresciam profundamente enredadas ao universo natural”.
Essas questões não são frequentes no dia a dia das crianças e preocupam os pais e educadores quando há uma reflexão sobre as questões sociais, motoras e psíquicas. Os estudos sobre os malefícios e a promoção da tecnologia, em excesso, pelas crianças são inúmeros. Estamos ou não, em evolução?
Consideraremos a tecnologia como uma aliada da pesquisa, instrumento de acessibilidade ao conhecimento e que, se utilizada de forma harmônica, seguirá contribuindo nesta evolução. Sabemos que o tempo que as crianças têm permanecido conectadas através das tecnologias, jogos eletrônicos em geral, entre outros, em excesso, é desequilibrador em seu desenvolvimento.
As escolas e o brincar podem ser espaços saudáveis para o desenvolvimento da criança brincando. Nas atividades com jogos e brincadeiras o que vale é o prazer, a alegria é o desafio do momento e, na perspectiva das crianças, não se joga para ficar mais inteligente, mas porque é divertido e desafiador.
O esporte escolar aparece também como ação potencial no desenvolvimento da criança nas escolas. O objetivo principal é a influência positiva na adesão à prática da atividade física regular na vida adulta. Portanto, é fundamental desenvolver as capacidades físicas e habilidades motoras desde a tenra idade, para facilitar o jovem adulto e o adulto na prática da atividade física regular. Você acredita que seja essencial ser ativo na fase adulta? Pois bem, o incentivo acontece na escola.
Os programas esportivos ajudam a criança no combate ao sedentarismo e obesidade infantil. Segundo Mário Pozzi em seu livro “Biologia do exercício na infância”, um programa de excelência com foco em movimento e saúde é estabelecido por quatro fatores: uma educação física de qualidade como a base; atividade física antes, durante e após o período escolar; envolvimento de todos os professores e funcionários na promoção da atividade física; e o envolvimento da família e da comunidade. Então não privilegiar a educação física escolar e o esporte escolar tem impactos significativos na família e no futuro da criança. Atenção, professores! Vamos brincar!
*Tiago Aquino é consultor da Rent a Pro e especialista em Educação Física Escolar.
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