Ritmo e movimento

Projeto escolar utiliza a dança, música, capoeira e jiu-jítsu para estimular o desenvolvimento das emoções, cognição e aprendizagem


São inúmeros motivos que levam um aluno a ter dificuldade de concentração. Situação que pode estar ligada a questões sociais, familiares, emocionais, comportamentais, transtornos neurobiológicos ou até falta de engajamento por parte do estudante. É muito importante a escola estar atenta para entender quais são as possíveis causas e buscar uma melhor forma de ajudar esse aluno. Pensando nisso, a Escola Municipal Marechal Mascarenhas de Moraes desenvolveu o Projeto de Intensificação da Aprendizagem para estudantes da Educação Infantil ao 5º ano de escolaridade.

A ideia do projeto é estimular o desenvolvimento das emoções, da cognição e da aprendizagem na formação de atitudes e valores na perspectiva da inclusão. “A Neurociência pode colaborar com o processo de ensino e aprendizagem. A música e o esporte são elementos importantes nessa questão e excelentes incentivadores de motivação e transformação dentro do percurso educativo quando se abrem espaços para os diálogos e constantes interações”, explica a idealizadora do projeto e diretora da escola, Nádia Carneiro dos Santos Andrade.

Além disso, o projeto visa fomentar um plano de melhorias na qualidade da educação por meio da correção do déficit de aprendizagem e de fluxo, tendo como foco principal ações pedagógicas que atendam às necessidades dos estudantes da rede, gerando novas oportunidades de aprendizagens e consolidação dos conhecimentos em língua portuguesa e matemática.

Para o desenvolvimento do projeto foram propostas diversas atividades, entre elas capoeira, jiu-jítsu, música e dança. As aulas foram ministradas por professores de projetos parceiros da escola, com duração de 30 minutos diários, onde cada dia os alunos participaram de uma modalidade. “A música gera sentimentos e ativa muitas estruturas cerebrais, como o sistema límbico, responsável pelas emoções e por certos comportamentos sociais”, explica Nádia.

A idealizadora do projeto explica também que, no que se refere ao processo cognitivo da aprendizagem, a música vai muito além, já que pode vir a contribuir com as regras de convivência, sociabilidade, funções executivas, atenção, concentração, ritmo e memória. “A capoeira, o jiu-jítsu, o muay thai e a dança desenvolvem a coordenação motora, controle da atenção, concentração, raciocínio lógico, senso de disciplina, hierarquia e respeito, lidar com a frustração, comando motor, tato, inteligência espacial, memória e a melhora da velocidade do processo cognitivo”, completa.

Durante as atividades, os alunos conheceram os instrumentos, a musicalidade, os movimentos e as regras básicas da roda de capoeira. São oito brincadeiras que podem ser utilizadas para ensinar o jiu-jítsu na educação básica de escolas públicas: cabo de guerra, jogos em quatro apoios, luta de costas, rouba-rabo, pique-bandeira, brincando de huka-huka, duelo de Zeus e Cronos e briga de sapo. Já a música e a dança possuem elementos básicos para aprendizagem de harmonia, melodia, ritmo, tempo, intensidade, duração, métrica e movimento. Os alunos foram avaliados de acordo com a participação diária nas atividades de aulas, simulados e observações das ações e atitudes em todo o espaço escolar.

Os educadores relataram que o projeto contribuiu na melhoria da frequência escolar dos alunos e no desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos educandos, melhorando a empatia, o respeito, o autoconhecimento e a inteligência emocional. “A capoeira, o esporte, a música e a dança foram peças fundamentais na contribuição para a aprendizagem, cognição e neurociências, pois ajudaram a elevar as notas nas provas efetivando o ensino do português e da matemática, além de dar mais autonomia e empoderamento aos alunos”, finaliza a diretora.


Por Jéssica Almeida

Escola Municipal Marechal Mascarenhas de Moraes
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Fotos cedidas pela escola

 


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