Educação sem fronteiras
Projeto "Educação além dos muros" amplia horizontes e potencializa o aprendizado
Quem nunca olhou além dos muros, seja através de sonhos, de passos lentos ou largos, a caminho de novas experiências e realizações? Na Escola Municipal Marcílio Dias, localizada em Nova Iguaçu, esse olhar ultrapassou barreiras e tem rendido muitos frutos na disseminação do conhecimento. Idealizado pela professora, e atualmente diretora adjunta da escola, Luciana Gonçalves Rangel Maneschy, o projeto Educação além dos muros tem o objetivo de ampliar a visão de mundo dos discentes promovendo acesso aos diferentes espaços culturais, permitindo a construção de novas experiências de ensino e aprendizagens.
A concretização dessa nova experimentação tem sido possível, graças às parcerias da escola com museus, centros culturais, parques arqueológicos, bibliotecas públicas e outros espaços como BioParque do Rio, planetários, circos, cinemas e outros ambientes culturais que proporcionam novas aprendizagens. Ao falar sobre o projeto, a professora Luciana explica que essa é uma proposta interdisciplinar que envolve todos os saberes escolares.
A atividade envolveu todos os alunos da municipal Marcílio Dias, um público estimado de 1.200 estudantes distribuídos entre alunos da Educação Infantil (4 e 5 anos), Ensino Fundamental (1° ao 9° ano de escolaridade) e Educação de Jovens e Adultos (15 anos em diante). “Através desse projeto, esperamos ampliar as possibilidades de aprendizagem e reflexão dos alunos a respeito das artes, literatura, linguística, ciência, comunicação e vida profissional através das visitas a instituições culturais. Além de estimular a valorização do patrimônio cultural da cidade e respeito às diferenças culturais de outros povos”, destaca a professora Luciana.
Aulas passeios potencializam aprendizagem
Ao explicar o projeto, Luciana Gonçalves ressalta que o Educação além dos muros tem como proposta organizar ações para o acesso dos alunos a diferentes centros culturais. Pois, segundo ela, o Estado do Rio de Janeiro, em especial a cidade do Rio, oferece uma infinidade de opções culturais à população. Contudo, grande parte dos alunos não tem acesso a elas e muitas vezes até desconhece sua existência. “Nossa escola está situada em um bairro com características rurais com pouquíssimas opções de lazer, distante do centro comercial da cidade de Nova Iguaçu, onde estão localizados os centros culturais do município”, justifica a docente reforçando a importância da formação plural do projeto, a fim de que os alunos usufruam dos espaços culturais disponíveis no Estado do Rio de Janeiro.
Para os alunos essa também é uma oportunidade ímpar. “Eu acho que os passeios são uma grande chance de visitar lugares novos, aprendo muitas coisas importantes. Os estudantes podem conhecer a cidade e compartilhar com a família o que aprenderam”, revela Adriano Luiz Pereira, da turma 602. Já a colega Michaela da Conceição, da 601, faz questão de destacar que, além de tudo, “os passeios são muito divertidos e maneiros”, enquanto que para Luiz Fernando, da mesma classe, “eles são importantes porque abrem a oportunidade para que se conheça novos lugares, e sempre aprendendo coisas diferentes”, alerta.
Dentre as instituições que fazem parte do rol de passeios estão a Fiocruz (Museu da Vida), Museu da Light, Museu de Astronomia (UFRJ), Parque Arqueológico São João Marcos, Museu Imperial de Petrópolis, Museu de Arte Moderna do Rio, Museu do Amanhã, Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural da Marinha, BioParque do Rio, Planetário da Gávea, bibliotecas públicas, acervo da Fundação Getúlio Vargas, cinema (Kinoplex Nova Iguaçu) e Circo Marcos Frota, na Quinta da Boa Vista.
Resultados alcançados
Realizado durante o decorrer do ano letivo, o projeto Educação além dos muros está sempre presente nas discussões e atividades realizadas em sala de aula, adianta a professora. “Os alunos descobrem um mundo além do bairro onde residem, e a magia e o encantamento por esse achado são revelados nos olhares atentos e curiosos durante a aula de campo, a começar pelo trajeto que passa pela Ponte Rio-Niterói, permite ver os aviões decolando dos aeroportos, subir a serra, vislumbrar a Baía de Guanabara e outras oportunidades que o percurso até o local da visita pode oferecer”, pontua.
Cada local visitado é uma vivência única, isso porque, de acordo com a equipe pedagógica, a nova experiência de aprendizagem acontece de forma significativa, lúdica e prazerosa. “Já tivemos o caso de um aluno que ao visitar, por exemplo, o Centro Cultural da Marinha do Brasil, decidiu seguir a carreira militar e hoje, alguns anos depois, integra o quadro da corporação”, relembra a professora Luciana. Outros estudantes também fizeram questão de expressar seus sentimentos em relação a essas atividades. “Eu gosto de ir aos passeios da escola, porque conseguimos aprender várias coisas novas e divertidas”, enfatiza a aluna Kayllane Vitória, turma 901, compartilhando opinião com a colega Laura Menezes, da 601, que fala sobre a visita ao Museu da Light. “Foi muito divertido, aprendi muitas coisas interessantes e legais, a experiência foi incrível!”, garante a aluna. Dessa maneira, não há dúvidas a respeito da relevância desse projeto na vida dos estudantes.
Para além do conhecimento
Incentivado e apoiado por professores, diretores, coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais, equipe administrativa da secretaria da escola, equipe da cozinha e pais de alunos da escola municipal Marcílio Dias, o projeto Educação além dos muros tem proporcionado, além do conhecimento, que seja acesa a chama da esperança entre a comunidade escolar, uma vez que todos esses atores são responsáveis por colaborar com a construção de experiências no âmbito cultural e com outras fontes de conhecimento com as quais os alunos irão interagir em suas visitas.
A professora Danielle Pereira de Souza, regente da disciplina de Língua Portuguesa, complementa afirmando que, durante as visitações, pôde observar o quanto essas experiências são únicas na vida de nossos educandos. “Haja vista que, para muitos de nossos alunos, sair da localidade onde vivem é muito difícil, por questões financeiras e familiares. Acrescento ainda que esses episódios são de extremo enriquecimento e crescimento para os jovens, que apreendem Geografia, História, Biologia e apresentam um ganho cultural enorme, ampliando assim o horizonte e as expectativas quanto ao futuro”, argumenta Danielle.
Para a Orientadora Educacional Silva Luna, levar os alunos aos passeios escolares vai além do lúdico para eles e para os professores. “É proporcionar momentos de reflexão e despertar na mente e coração o desejo de voos maiores, pois essas oportunidades ampliam seus conhecimentos de mundo. Verdadeiramente é muito restrita a realidade que os cerca, e quantos sonhos já saíram do imaginário e se tornaram reais quando a escola mostra outras possibilidades”, conclui a Orientadora Educacional.
Por Antônia Figueiredo
Escola Municipal Marcílio Dias
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