Ficção Científica

Para se aprofundar nesse gênero narrativo, os alunos participam de oficinas, rodas de leitura, produção textual e até a criação de um e-book


A partir da imersão e da interação com obras literárias e cinematográficas, os alunos do Ciep 156 Dr. Albert Sabin tiveram contato com o gênero narrativo ficção científica. A ideia é que discutissem as possibilidades reais e éticas da relação da humanidade com a tecnologia numa perspectiva pessoal e individual, mas também como sociedade, pensando nos benefícios e em possíveis riscos e transformações que esse futuro poderia trazer.  

Idealizado pelo professor Erivelto Reis, das disciplinas Língua Portuguesa, Linguagens Aplicadas às Tecnologias, Tecnologia, Inovação e Ambiente e Estudos Orientados, o projeto é o resultado da produção escrita dos estudantes do primeiro ano do Novo Ensino Médio. “Durante as aulas, quando falamos de elementos ligados à linguagem artística e a sua relação com as tecnologias, trabalhamos contos, séries, filmes, trechos de romances em que os temas das viagens no tempo, a relação entre a humanidade e os robôs, as grandes invenções e as possibilidades de deslocamentos no espaço, além da vida em outros planetas, foram sendo apresentados e discutidos com os nossos alunos”, explica o educador.  

O intuito do projeto é que os discentes conheçam autores e obras importantes da ficção científica e possam explorar o contato com o gênero e o referencial cultural em relação ao tema. Segundo o educador, foi um momento em que assuntos relacionados ao dia a dia ou às preocupações dos alunos puderam permear a produção de ideias e invenções em relação ao futuro, como mochilas voadoras ou a utilização de energia limpa, chegando à discussão sobre o que seria ético ou não numa eventual viagem no tempo. 

Além disso, foram discutidos os problemas como a violência, a guerra, o racismo e as relações afetivas e pessoais que nortearam não apenas a idealização do que seria a vida no futuro, como também os contos que os alunos produziram. As aulas nas oficinas pretendiam, portanto, que os estudantes se sentissem motivados a colocar na escrita desse gênero narrativo os elementos de sua vivência e de sua criatividade”, explica o professor.  

Para o desenvolvimento do projeto, o docente começou trabalhando os conceitos do gênero ficção científica e depois mapeando os referenciais culturais, como leitores ou espectadores de filmes e séries a partir de aulas expositivas e rodas de conversa. “Fizemos também leituras de trechos de livros e oficinas de invenções, nas quais os alunos apresentavam as suas ideias para invenções e inovações que em seu entendimento poderiam representar inclusão, tecnologia e inovação”, afirma. 

Nas oficinas de escrita, os textos perpassavam na construção de um personagem principal, um conflito, uma viagem no tempo, ao espaço, ou invenção de alguma tecnologia e o desfecho positivo ou não desse conflito. “Ao me deparar com o conjunto do que foi produzido, percebi que ali havia um material bastante provocativo que revelava as várias fases do processo de ensino-aprendizagem, muitas referências culturais dos alunos, uma interação bastante interessante com o gênero trabalhado e muitas preocupações genuínas com o futuro, com questões afetivas, tecnológicas e éticas, principalmente envolvendo a sustentabilidade, a guerra, a violência e o racismo”, pontua Erivelto. 

O resultado das aulas, oficinas, rodas de leitura, de conversa e da produção escrita dos alunos começou a se desenhar como a possível produção de um e-book e de um livro físico. O professor conta que trabalharam com muito empenho na digitação, revisão, diagramação e ilustração personalizada de cada página produzida, e que fizeram o registro da obra na Câmara Brasileira do Livro, obtendo o ISBN (sigla em inglês para Padrão Internacional de Numeração de Livro). Além disso, Erivelto convidou a professora e Coordenadora de Tecnologia e Inovação da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo, Débora Garofal, e o professor, escritor, poeta, compositor e doutor em Ciência da Literatura Cícero César Sotero Batista, para que fizessem a leitura e considerações dos textos dos alunos.  

A culminância aconteceu em dezembro, com uma sessão de autógrafos aberta a toda a comunidade escolar, e os estudantes receberam um exemplar do material produzido por eles, além do certificado de participação. “O projeto foi importante para fazer com que os nossos alunos tivessem a oportunidade de serem protagonistas do processo criativo, valorizando, respeitando e interagindo com os referenciais de produções como cinema, séries, música e ficção científica que trouxeram e ampliando seu repertório a partir da experimentação prática dos resultados da leitura e da escrita”, finaliza Erivelto.  


Por Jéssica Almeida

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