Saiba como os colégios do Rio estão se reinventando para gerenciar a aprendizagem

A aula presencial on-line se tornou o principal sistema de aprendizagem escolar por conta do isolamento social devido ao Covid-19. Mesmo que muitos professores tenham sido pegos de surpresa, diversas plataformas se puseram a oferecer novos modelos educacionais, como foi o caso do Google Classroom, que simula exatamente uma sala de aula. A grande vantagem, além do seu sistema inteligente de gerenciamento profissional para professores e diretores, é que se trata de uma opção gratuita, o que beneficia principalmente as escolas públicas.

Atualmente, qualquer pessoa pode usar o Google Classroom. Mesmo com uma conta pessoal é possível usar a plataforma para organizar um projeto educacional e reunir os alunos em uma sala de aula on-line. Antes, a ferramenta era restrita apenas aos usuários do G Suite for Education ou G Suite Enterprise for Education.

No estado do Rio de Janeiro, a plataforma vem sendo utilizada pelos alunos do Ensino Médio apenas com uma conta de e-mail do Google. De acordo com a Seeduc, o acesso não desconta da franquia de dados móveis, e o governo fluminense imprime o material didático quando necessário.

Para a professora Janice Paiva, da escola Clóvis Salgado, no Caju, as atividades com a ferramenta do Google têm feito a diferença. “É possível realizar uma aula dinâmica, organizada e com a participação de todos”, relata a docente. “Apesar de ter uma baixa presença dos estudantes na sala de aula on-line, por questões técnicas, é indiscutível a qualidade dessa ferramenta. Um aluno não tem computador em casa, mas consegue utilizar a plataforma perfeitamente pelo celular”, complementa Janice.

Alisson Ribeiro, de 15 anos, diz que não dispõe de computador em casa, mas que tem utilizado o celular. “Eu não gosto de ligar a câmera, mas tô sempre presente e participo com áudio ou escrevendo. No início me desconcentrava um pouco com as notificações que apareciam do Facebook e do Whatsapp, mas hoje já consigo me focar”, revela o estudante.

Camila Martins conta que divide o computador em casa com mais dois irmãos. “Nós três estudamos de manhã, então é bem difícil com uma máquina só. Mas no Google Classroom o material fica salvo, a gente consegue tirar dúvida com a professora depois, então isso facilita muito”, pondera a aluna de 14 anos.

Nessa iniciativa do governo, cada aluno do Ensino Médio na rede pública do Rio de Janeiro recebe uma conta de e-mail com primeiro nome, número da matrícula e sufixo @aluno.educa.rj.gov.br. O procedimento é similar para os professores: foi fornecida a eles uma conta com primeiro nome, ID funcional e sufixo @prof.educa.rj.gov.br.

Quais os recursos para os professores?

O Google Classroom possui três seções principais.

Mural: ficam todos os avisos aos alunos e outros professores da turma. É possível selecionar apenas um grupo que verá a mensagem e compartilhar arquivos ou links dentro da mensagem. O envio pode ser programado. Qualquer pessoa com acesso ao aviso do mural pode comentar. É bem semelhante a uma postagem do Facebook.

Atividades: essa é a principal seção da plataforma, na qual os professores podem designar tarefas e compartilhar materiais com os outros membros. As atividades podem conter anexos, testes (com formulários do Google), perguntas, data de entrega, nota e tópico (para o caso de pertencer a algum módulo ou unidade).
Ao criar uma atividade com prazo, ela é automaticamente adicionada ao calendário compartilhado do Google Classroom com todos os integrantes da turma. As tarefas mais próximas também aparecem na página inicial, ao lado do mural.
O professor pode acompanhar o progresso da atividade ao clicar nela, ver quantas pessoas entregaram e quem ainda está em falta. Ao clicar no nome de um aluno que concluiu a atividade, dá para atribuir uma nota ao trabalho e enviar um feedback.
Dentro do Google Drive, para organizar o material didático dos alunos e professores, o Google Classroom cria automaticamente pastas. Na ferramenta, há um atalho que leva direto para elas.

Pessoas: nesta aba é feito o gerenciamento da turma. É possível adicionar ou remover alunos e professores e enviar um e-mail particular para cada um.

Passo a passo para usar o Google Classroom

O primeiro passo para criar sua sala de aula virtual na plataforma Google é estebelecer uma turma, considerando que já tenha uma conta Google (e-mail do Gmail).

Acesse classroom.google.com;
Faça login com sua conta Google, caso ainda não tenha feito;
Clique em “Continuar” para configurar o Google Classroom na sua conta;
Escolha “Sou professor”;
No canto superior direito, clique no ícone + para criar uma turma;
Preencha os campos da turma (apenas o primeiro campo é obrigatório) e clique em “Criar”.

A partir deste momento, a sala de aula on-line do Google Classroom já está pronta para ser usada. É hora de colocar o principal: os alunos.
Na página inicial, abaixo do nome da sala, há o “código da turma”;
Compartilhe esse código com os alunos que devem entrar nessa sala de aula.
Outra maneira de convidar os estudantes é por meio do endereço de e-mail. Na guia “Pessoas”, clique no ícone para adicionar mais professores ou alunos e digite o endereço eletrônico deles.

Uma nova forma de gerenciar a aprendizagem

Com a Sala de Aula do Google, professores e alunos podem fazer login de qualquer computador ou dispositivo móvel para acessar as tarefas da turma, os materiais do curso e os feedbacks.

Os professores podem monitorar o andamento dos alunos para saber quando e onde dar mais feedback. Com fluxos de trabalho simplificados, é possível direcionar mais energia para oferecer aos estudantes recomendações construtivas e personalizadas.

Vale ressaltar que o perfil de um aluno dentro da turma do Google Classroom é limitado. Todos podem submeter mensagens e arquivos dentro do mural, isso se o professor não limitar essa opção. No painel de “Atividades”, só é possível ver quais estão pendentes e já foram enviadas, sem possibilidade de criar ou ver a de outras pessoas. Todos os materiais compartilhados pelos professores nessa seção também são exibidos. Os alunos também não têm acesso ao e-mail de cada membro ou de ações administrativas dentro da turma.

Para os professores, o Google oferece treinamento e tutoriais sobre o uso da plataforma, desde o básico, para publicar conteúdo e testes, até dicas de como aprimorar o que é apresentado aos alunos. Para ter acesso ao conteúdo, acesse aqui [Google Classroom: treinamento para professor].

Por Richard Günter
Fonte: Google Educação | Seeduc