Lysa: o cão-guia robô que fala com o dono
Professora cria projeto que auxilia no cotidiano das pessoas com deficiências visuais
Andar pelas ruas e calçadas das cidades é um desafio para aqueles que têm deficiências visuais. Pensando em melhorar a mobilidade das pessoas cegas, a professora Neide Sellin criou um robô que promete ser uma alternativa mais prática e segura em relação aos cães-guias adestrados e bengalas, já que uma das principais dificuldades dos cegos é identificar obstáculos que estejam na altura da cintura para cima, como galhos de árvores, telefones públicos (orelhões), lixeiras suspensas, entre outros empecilhos.
O robô foi batizado de “Lysa” e a ideia surgiu quando a educadora lecionava na Escola Estadual Clovis Borges Miguel, no Espírito Santo, e dava aula de Robótica. “Lá foi apresentada a ideia de fazer um cachorro robô, mas pensei que poderia ser um cão-guia. Procurei alunos cegos que demonstraram a dificuldade de ter um animal, devido aos custos, que são muito altos. Foi aí que desenvolvi Lysa, com alguns sensores e motores que facilitam a locomoção”, afirma a docente.
PRINCIPAIS FUNÇÕES DE LYSA
– Sensor ultrassônico que evita colisões em altura, como orelhões.
– Sensor infravermelho que evita acidentes com buracos.
– Sensor ultrassônico que evita colisões com obstáculos à frente.
– Placa de comando de voz.
– Desvio automático de obstáculos.
– Informação por voz (buraco encontrado, obstáculo aéreo e objetos à frente).
– Bateria recarregável.
– Equipamento muito leve.
– Saída de áudio via fone de ouvido.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo existem cerca de 246 milhões de pessoas que sofrem de perda moderada ou severa da visão. No Brasil, são algo em torno de 6 milhões de deficientes visuais. Como a docente relatou, devido aos altos custos, poucos desses possuem um cão-guia. “Lysa é um produto inovador e muito mais acessível, criado a partir de pesquisas e entrevistas, que começou a ser produzido em 2011”, informa Neide.
De acordo com a criadora, o objetivo do projeto é captar recursos para desenvolver dez unidades e disponibilizar de forma gratuita para a pessoa com deficiência visual. Para isso, a startup abriu um programa de doação colaborativa, em que qualquer pessoa pode contribuir, o que acontece através da plataforma Kickante.
Para mais informações, acesse:
Por Jéssica Almeida
Fotos cedidas pela educadora.
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