Atitudes do bem levam mais de 200 estudantes ao cinema
Sucesso nos cinemas ao redor do mundo, o filme “Pantera Negra” apresenta um elenco majoritariamente negro e com inúmeras referências à cultura africana. Com intuito de discutir a representatividade, a professora de história Mariana Mendes Pimenta promoveu um apadrinhamento cultural e levou ao cinema crianças e adolescentes de Nova Iguaçu para assistir o filme.
Mariana contou com a colaboração de inúmeras pessoas, uma delas o professor de geografia Leandro Silvio Martins, que promove ações em hospitais, creches, casas de repouso, orfanatos e comunidades carentes, vestido de super-herói, e que na ocasião incorporou o próprio Pantera Negra, para diversão de mais de 20 convidados especiais, que, além dos ingressos, tiveram lanches e ônibus para levar e buscar, tudo arrecadado com a campanha da professora.
A aventura, que continuou com a docente palestrando sobre representatividade, teve o intuito de mostrar algo difícil de se ver: um elenco quase todo de personagens negros como protagonistas. “E com certeza isso é fruto da árdua luta do povo negro norte-americano por representatividade. O autor, Stan Lee, criador do Pantera Negra em 1966, fugiu dos estereótipos racistas, de como o negro normalmente é representado. Em 1966 o mundo viu um negro rei, em um país africano de fantasia, livre da colonização, enquanto em 2018 o cinema repete o que os quadrinhos haviam realizado”, explica a educadora.
Ainda de acordo com a docente, o Pantera Negra não é o primeiro personagem ou herói negro criado, mas é o primeiro super-herói negro do mundo, um ícone cultural de enorme importância. “Antes do Pantera Negra, nos quadrinhos, os personagens negros eram colocados em segundo plano e essa resignação fazia com que nunca figurassem como protagonistas. O Pantera Negra surge em plena luta pelos direitos civis norte-americanos. E conta uma história, mesmo fictícia, do ponto de vista da África, o que é de enorme importância, tendo em vista que a história do continente até hoje é contada por um ponto de vista europeu”, pondera Mariana.
Estudante faz vaquinha no Facebook e leva 200 crianças para assistir o filme
Outro caso semelhante aconteceu em Porto Alegre. Dessa vez a ideia partiu da estudante de pedagogia Vitória Sant’Anna Silva, de 22 anos, que assistiu a produção e a considerou um importante exemplo de representatividade para crianças negras. Foi aí que ela teve a ideia de realizar uma campanha nas redes sociais com um grupo de estudantes e conseguiu arrecadar dinheiro para levar mais de 200 crianças de baixa renda para assistir ao filme nos cinemas.
A campanha foi iniciada em fevereiro e sua meta inicial era de 30 ingressos. A ideia ganhou tanta repercussão que, após quatro dias, já tinha arrecadado doações que poderiam levar 100 crianças para o cinema. Vitória contou que, ainda neste mesmo dia, os recursos continuaram chegando e foram o suficiente para custear a ida de 210 crianças ao cinema, com direito a transporte, tela 3D, pipoca e refrigerante.
Fotos: cedidas pelo professor Leandro Silva / FOTOGUERRILHA / retiradas do facebook da aluna Vitória Sant’Anna Silva.
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