Big Data na Educação – Vantagens da era digital
Esclarecendo o termo de forma sucinta
Big Data é uma terminologia utilizada pela área de Tecnologia da Informação que literalmente quer dizer “grandes dados”. De forma resumida, significa que uma grande quantidade de dados, de informações (nos mais diferentes formatos), estão interligados entre si, funcionando dentro de um gigante banco de dados-pai.
“Banco de dados é uma ferramenta, um software capaz de armazenar dados gerados por um sistema de informações, como os que vemos em lojas, bancos e outros estabelecimentos”, explica Daniel Garcia, Assessor de TI da Appai.
Um pouco mais de detalhes sobre o Big Data
Para que pudéssemos compreender o conceito de Big Data com um pouco mais de pormenores, consultamos Daniel Garcia, que com sua experiência e seus conhecimentos esclareceu que Big Data são muitas informações que ficam armazenadas nos servidores em diferentes bancos de dados (ex.: Microsoft SQL Server, Oracle Mysql), que por sua vez funcionam dentro de diversos servidores de rede de computadores (ex.: máquinas de grande capacidade produzidas pela Intel, HP, Samsung, entre outras), os quais utilizam um sistema operacional (ex.: Linux, Windows), todos interligados entre si, e podem funcionar dentro de grandes ambientes computacionais chamados de Cloud Computing (ex.: Azure – Microsoft, Amazon AWS e Google Cloud). As informações desse sistema maior (ferramenta de banco de dados para Big Data) são acessadas de computadores comuns (ex.: Notebook, PC) ou até mesmo de celulares inteligentes (ex.: smartphones), de qualquer lugar em que se esteja, a partir da internet. As pessoas não só buscam as informações de lá como também inserem novos itens. Assim, esse banco de dados-pai cresce cada vez mais.
E qual é a relação do Big Data com a Educação?
Eu e você, ao buscarmos e até mesmo inserirmos dados nessa grande rede, deixamos informações que em geral são usadas por empresas e organizações com os mais diversos propósitos. Observe que, se você pesquisa (busca) na internet determinado tipo de produto e algum tempo depois acessa, por exemplo, o Facebook, logo lhe são apresentadas propagandas daquele produto com marcas similares, dando-lhe a impressão de que alguém ali “adivinhou” o que você desejava. Ocorre que, ao acessar o tema, produto ou serviço de interesse, você deixou na rede as chamadas “migalhas digitais”, que vão gerando um histórico das suas informações que ficam registradas nesse sistema e podem ser usadas posteriormente. Seus gostos, suas preferências, seu perfil econômico-financeiro. Mas ele serve ao mercado à medida que oferta quantidades de dados que podem ser analisados, cruzados, para avaliar, por exemplo, o comportamento do mercado e que rumo segue, ou qual poderia seguir. Tudo isso em velocidade, volume, veracidade, variedade e valor invejáveis.
Existem “n” aplicações para o Big Data, do mercado financeiro às diferentes ciências, mas a que nos interessa, no recorte deste texto, é a aplicação na área de educação.
Considerando que cada vez mais os dados das escolas, do município, do estado e do país estão digitalizados e que o acesso à internet se amplia, surge a possibilidade de utilização dos dados do sistema, de interpretação desses dados, do estabelecimento de inúmeras correlações envolvendo aprendizagem e conteúdo, indo muito além do processo de coleta de dados.
Por meio das interpretações e análises utilizando o Big Data será possível personalizar o processo educativo, chegando a correlações interessantes, como as que cruzam dados relativos a avaliações de alunos e características dos conteúdos ministrados (metodologia aplicada, perfil do professor, período em que o aluno estuda e por aí em diante), que resultam em possibilidade de personalização (preferências e demandas dos alunos) do processo de aprendizagem.
No Brasil, as experiências do Big Data para a educação estão iniciando. Uma das referências de aplicação, que tive a oportunidade de conhecer, está no sul do país, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que não só utiliza o Big Data nos processos internos como propõe um curso de especialização para a qualificação de trabalhadores para essa modalidade, cuja carência é notória.
As aplicações do Big Data são ilimitadas, da gestão escolar ao aproveitamento dos alunos, apontando que há um leque de possibilidades que não se restringe apenas ao processo de ensino e aprendizagem. O desejo é de que estas primeiras experiências possam ser estendidas para um universo maior de escolas e sistemas educacionais e que todos esses dados possam ser convertidos em mais humanidade e qualidade para a educação brasileira.
Por Andréa Schoch | Mestre em educação, especializada em formação de professores e consultora Appai por meio da EAD.
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