Educação: Um direito de todos
Internas vencem Prêmio Juíza Patrícia Acioli de Direitos Humanos na categoria “Práticas Humanísticas”
Mudar o rumo através da educação. É assim que as internas do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) acreditam que podem transformar suas vidas. Tendo consciência deste pensamento, o órgão decidiu inscrever seu projeto, realizado desde 2008, juntamente ao Grupo Lego, no Prêmio Juíza Patrícia Acioli de Direitos Humanos. O resultado foi positivo, pois a ação se tornou uma das finalistas da premiação.
O objetivo do Prêmio, promovido pela Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), visa reconhecer a luta em prol da dignidade humana e prestigiar aqueles que incentivam a cidadania e defendem o direito à vida, à liberdade, à igualdade e à segurança.
A oficina finalista contou com a parceria entre o Degase e o Grupo Lego e apresentou uma atividade que utilizou mais de 20 mil peças dos conhecidos brinquedos infantis no Centro de Socioeducação Professor Antônio Carlos Gomes da Costa (PACGC). O projeto venceu na categoria “Práticas Humanísticas”, cuja temática, na terceira edição do prêmio, foi “Educação e Direitos Humanos: A pessoa em primeiro lugar”. A solenidade de premiação aconteceu no mês de novembro, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e contou com a presença de representantes do Judiciário e das mais diversas áreas da sociedade, além de personalidades do mundo artístico.
A ministrante da Oficina Lego, professora Sandra Caldas, revela que ganhar o prêmio voltado para a questão dos Direitos Humanos é especial porque vai de encontro a toda a sua prática no dia a dia. Sandra dá aulas de robótica, montagem de maquetes e produção de filmes de animação para as meninas que cumprem as medidas na unidade de internação na Ilha do Governador. A oficina já faturou dois prêmios internacionais e alguns nacionais. Sandra ratifica: “A cada prêmio que ganhamos, ou até mesmo naqueles em que nos inscrevemos e não ganhamos, estamos repensando nosso trabalho, o que podemos melhorar e o que devemos reaplicar para que as alunas se sintam encorajadas a lutar pelos seus direitos e possam ver a educação como base desta mudança”.
Segundo a professora, oferecer oportunidade às adolescentes, trabalhando com filmes de animação e robótica, faz com que elas passem a ter acesso a um mundo até então inimaginável, inatingível em suas vidas simples. “Quando elas se veem capazes de realizar tais atividades mudam seus paradigmas, realmente acreditam serem capazes de alterar o rumo de suas vidas através da educação. Interessam-se em participar das atividades, de interagir com outras pessoas sem medo de errar. Além do mais, elas têm a sensação de que ‘aprendem brincando’. Se sentem felizes em estar ali, produzindo”, afirma Sandra.
O concurso, que premia também as categorias “Trabalhos acadêmicos” e “Redação do Ensino Fundamental”, tem o intuito de promover um profundo sentimento de Cidadania, através do diálogo entre o Judiciário e a sociedade. A Constituição garante a todos o direito à vida, à liberdade, à igualdade e à segurança. De acordo com a professora, o objetivo do Prêmio é justamente garantir que esses direitos sejam praticados.
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